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INTEGRAÇÃO, LAVOURA-PECUÁRIA, FLORESTA?


INTEGRAÇÃO, LAVOURA-PECUÁRIA, FLORESTA?

Os diversos tipos de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), ou Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são o mais recente e significativo avanço na agricultura tropical. A integração agrega valor ao trabalho do agricultor, melhora sua vida econômica, diversifica a atividade agrícola, diminui as variações de produtividade de safra para safra, é muito recomendável do ponto de vista da sustentabilidade do sistema, uma vez que pode melhorar o solo, diminuir perdas de nutrientes e ajudar na mitigação da emissão de gases de efeito estufa. Uma maravilha. Após alguns anos e muitas experiências, alguma água já passou embaixo da ponte. Não seria hora de uma avaliação precisa dos prós e contras dos diversos sistemas de integração?

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) tem sido a menina dos olhos da EMBRAPA, que tem investido tempo e dinheiro em seu desenvolvimento e divulgação. Tanto, que é uma das atividades prioritárias dentro da linha de financiamento de Agricultura de Baixo Carbono, do Governo Federal. Será que essa modalidade realmente tem tantos méritos? As vantagens que tem sido atribuídas são: elevação da renda do agricultor, correção solo e produção de grãos, melhoria do pasto, conforto animal.

Poucos tem se dedicado aos problemas. Seria mesmo uma integração? Dois ou três anos de lavoura, depois pasto e floresta. Assim, não me parece correto o termo ILPF, talvez integração Pecuária-Floresta fosse mais certo. Como fica então a estrutura montada para produção de lavouras? A floresta somente será colhida em nove ou dez anos, no mínimo. E o pasto como fica? Sabe-se que o pasto recém reformado produz muito mais, e que essa produtividade cai ano a ano se não for adubado. No terceiro ou quarto ano do pasto a produtividade pode ser igual à inicial, dependendo do estado de degradação em que estava. Assim, como fica a sustentabilidade? Sabe-se hoje que, pelo menos até 6-8 m da linha do eucalipto, existe concorrência pela água, além da concorrência pela luz, o que resulta em pasto menos produtivo em pelo menos 2/3 da área, dependendo da largura do renque de eucalipto. Assim, como fica a produtividade do sistema? Uma vez colhidas as árvores, com o pasto já em degradação, como arrancar os tocos e formar nova pastagem? Assim, como ficam os custos? Árvores distantes umas das outras desenvolvem galhos, que não devem estar presentes em toras. Há que se fazer desgalhamento, deixando os galhos no pasto. Alguém já perguntou a um peão como seria fazer o rodeio de uma boiada nelore no meio de árvores e galhos?

Há muitos agricultores e pecuaristas aderindo à ILPF, com ou sem financiamento oficial. Há realmente vantagens, mas, será que superam as desvantagens? A Integração Lavoura Pecuária (ILP) está consolidada no País, em diversas modalidades. A grande maioria dos problemas se encontram, se não resolvidos, pelo menos equacionados. Já a ILPF ainda carrega incógnitas importantes, merecendo estudos aprofundados e mais abrangentes. Por se tratar de atividade que interfere significativamente no uso futuro da área, acho que não deveríamos ir com tanta sede ao pote.


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Referências

www.agricultura.gov.br
Ministério da Agricultura - Portal da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento

www.embrapa.gov.br
Embrapa - Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária

www.ital.sp.gov.br
Instituto de Tecnologia de Alimentos

www.alimentosprocessados.com.br
Alimentos Processados

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