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Infraestrutura e a segurança alimentar


22/11
Infraestrutura e a segurança alimentar

A logística do país é caso de hospício, definitivamente. Entra governo, sai governo, e a melhoria é muito lenta, quase parando.

O Brasil, diante das condições de solo e clima que dispõe, além do domínio sobre a tecnologia, é e será, um grande supridor de alimentos do mundo. Possuímos condições edafo-climáticas que, em boa parte da região produtora, permitem cultivar duas safras ao ano sem utilização de irrigação.

Temos em todo país campeões de produtividade: o arroz no Rio Grande do Sul, a cana em São Paulo, aves e suínos no Paraná e em Santa Catarina, soja, milho e algodão em Mato Grosso e na Bahia, pecuária bovina de corte em Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul e frutas no Nordeste e em vários estados.

Mas, existe um grande problema que aflige o setor produtivo: a logística. O Brasil transporta 65% de sua safra pelo modal rodoviário, isto é inimaginável em se tratando de comodities (soja e milho). Nenhum país do mundo faz isso. A responsabilidade de países que possuem estas condições aumenta exponencialmente, como é o caso do Brasil, Estados Unidos, Argentina, Paraguai e outros que também são responsáveis pelo abastecimento mundial. 

Somente a Argentina transporta 84% de suas safras pelo modal rodoviário, mas a distância média de suas lavouras aos portos é de 300 quilômetros, enquanto no Brasil é superior a 1.000 quilômetros.

O Mato Grosso é o maior produtor nacional de soja e milho e considerando a cidade de Sorriso, que representa o maior município produtor do Braisl, até o porto de Santos, são 2.500 quilômetros, com custo médio de frete da safra de US$ 79 dólares por tonelada. Para o transporte de soja, produto que no porto tem o valor aproximado de US$ 400 dólares, embora seja muito alto, ainda viabiliza. No entanto, no caso do milho, cujo valor no porto é em torno de US$ 200 dólares, fica totalmente inviabilizada a sua exportação. Diante deste problema, incentivamos o escoamento pelo Arco Norte, portos localizados na bacia Amazônica, Maranhão e Bahia. Na bacia Amazônica, os portos de Itacoatiara (AM), Santarém (PA), Santana (AP) e Vila do Conde-Barcarena (PA); no Maranhão - Ponta da Madeira e Itaqui - TEGRAM, na Bahia - Terminal de Cotegipe - Aratu.

A utilização do Arco Norte propicia uma redução média de 34% nos custos dos fretes em relação à logística para Santos, beneficiando a região produtora ao norte do Paralelo 16. Estes portos possuem hoje uma capacidade de embarque de 40 milhões de toneladas e projeta-se para 2025 uma capacidade de 72 milhões de t. Em 2009, foram escoados por estes portos (os existentes na época), 3,5 milhões de t. Nesta safra 2016/2017 estimamos 26 milhões de t. 

Embora existam gargalos para acesso às estações de transbordo de cargas (quando se retira dos caminhões e carregam as barcaças) - BR 163 no Pará, e aos portos, BR 135 e 222 em São Luiz do Maranhão e BR 242 na Bahia, ainda assim, o crescimento estimado de saída pelos portos do Arco Norte é de 5 milhões de toneladas ao ano.

O Brasil precisa focar seus investimentos em ferrovias e hidrovias, assegurando recursos para a manutenção e pavimentação de suas rodovias.

Sem dúvida, o setor produtivo necessita de infraestrutura de logística que permita escoar sua produção por valores competitivos para que ele possa ter rentabilidade em sua atividade de produção e, assim, garantir segurança alimentar do Brasil e do mundo.  

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Referências

www.agricultura.gov.br
Ministério da Agricultura - Portal da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento

www.embrapa.gov.br
Embrapa - Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária

www.ital.sp.gov.br
Instituto de Tecnologia de Alimentos

www.alimentosprocessados.com.br
Alimentos Processados

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